segunda-feira, 25 de setembro de 2023

APLAUSOS PARA A FLU FM, A "MALDITA"


            

       Em Março de 1982, capitaneada pelo gênio Luiz Antonio Mello, iniciava a transmissão em 94,9 FM, da Fluminense, a “Maldita”, na voz de Selma Boiron, numa inovadora ideia de se empregar a locução feminina, transbordando, isso mesmo, Rock! E lá estávamos nós naquele momento, de boca em boca, passando adiante e repercutindo a informação de que uma rádio de Niterói, estava com uma programação, vejam só... somente de Rock, com uma, depois duas, e depois 3... locutoras, pois Monika Venerabile e logo a frente, Mylena Ciribelli, junto com Boiron, formaram o trio de ouro do dial, tendo, para fazer jus, também a companhia de Edna Mayo, Liliane Yusim, Cristina Carvalho e Selma Vieira.

Em pouco tempo a “Maldita” alcançou a 3º audiência no FM, emplacando programas que receberam merecido respeito da crítica e formadores de opinião, vide, por exemplo, o empenho em transmitir eventos do circuito internacional do surf com reportagem in loco, ou mesmo, de ter um horário de altíssimo nível dedicado ao jazz, “O assunto é jazz”, com Luiz Carlos Antunes, Terça a noite. Rapidamente a “cara” da programação ia ganhando uma forma nítida para nós, já que era evidente o caráter alternativo da rádio, onde a proposta era ocupar um espaço que estava vazio e carente, com músicalidade tendo como base o Rock, mas também o instrumental e até o jazz. “A hora do rush” e “Guitarras para o povo” se tornaram programas icônicos e traziam nas vinhetas rifes de bandas e artistas, que logo identificaríamos e fariam parte das nossas conversas ao citarmos os sons que recheavam as chamadas desses programas. Lloyd Cole, Jean-Luc Ponty, Prince, Rush... eram “figurinhas carimbadas” das vinhetas.

 O Rock nacional de então, tema que merecerá posts meus específicos, e todo o “boom” do gênero que dominou a década de 80 (e que por mim estaria até hoje com grande prestígio) não teria apresentado a robustez na influência musical da ocasião se não fosse a “Maldita”, pois a divulgação num canal quase que exclusivo para que todos tivessem um palco onde pudessem apresentar desde uma fita demo a um sucesso que se anunciava, foi motor propulsor para a avalanche sonora do Rock Brasil. Discos inteiros tocavam na Flu e shows tinham a marca da rádio. É notório a gratidão e o carinho de todos pela 94,9 FM, num reconhecimento unânime à causa abraçada pela aquela estação que ficava na rua Visconde de Itaboraí, em Nicty. Estúdio, por sinal, que tive a honra de ir várias vezes, incluindo o dia em que fui pegar “meu prêmio”  - me concedam a gentileza de eu citar isso - (rs), a saber, 2 ingressos para o show “Paul in Rio” em 1990 de Paul McCartney no Maracanã, devido a eu ter gabaritado um quiz realizado ao vivo, “no ar”, com perguntas “espinhosas” sobre os Beatles. A Flu constantemente promovia algo e transformava um acontecimento em motivo de alegria seja qual fosse o fato em que ela estivesse relacionada.

 O fim da “Maldita” nos deixou órfãos. Não se tratava de uma rádio que tocava privilegiadamente Rock. Era mais do que isso. Era a rádio Rock. Um espaço de pleno bom gosto. A famosa sequência de 3 músicas, era recebida por nós com a certeza de que haveria a reprodução de ótimos sons, bem como, a expectativa de algum lançamento, de alguma novidade, nacional ou lá de fora, cuja oportunidade de audição só se verificava mesmo na Flu. Mais do que uma saudade, o fato é que o término da Flu FM abriu uma verdadeira lacuna escancarada até hoje quando queremos ouvir e saborear nosso Rock”n Roll e afins, ou mesmo quando nos esforçamos para descobrir se há alguma música nascendo de nossos artistas preferidos, não esquecendo, logicamente, que estamos frequentemente procurando por um porto seguro que toque as canções icônicas que nunca deixaremos de ouvir pela “enésima” vez.

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

A SEGUNDA "INVASÃO BRITÂNICA"


 

Na década de 80, um “tsunami” Inglês rotulado como “new romantics” ou simplesmente de “soft rock” tomou conta literalmente do panorama do rock, e indo além, da música em geral.

Bandas e artistas em profusão, num período, nostalgias à parte, sublime, de uma enorme diversidade musical, de qualidade inquestionável de muitos, ótima sonoridade e preocupação com o estilo, canções com uma acuidade de letra e arranjos, ou seja, uma época de ouro para quem aprecia, música.

Incluindo variações que flertaram com o Pop (ou Pop rock) e até mesmo o synth-pop, estamos falando (preparem o fôlego) de: The Style Council, Lloyd Cole and the Commotions, The Smiths, The Cure, New Order, Level 42, Echo & the Bunnymen, Eurythmics, Thompson Twins, Prefab Sprout, Swing out Sister, Matt Bianco, Joe Jackson, Tears for Fears, Simply Red, Everything but the Girl, Depeche Mode, Culture Club, Duran Duran, Talk Talk, Spandau Ballet, Pet Shop Boys (sim, estou incluindo neste blog eles também), Soft Cell, The Pretenders, A Flock Of Seagulls, The Stone Roses, The Cult, Human League, Erasure, os escoceses do Simple Minds... ufa! Entre outros...

Essa onda conviveu com a galera que veio dos anos 70 e adentrou pelos 80, como Peter Frampton e seu arrebatador "Comes alive!", Police, Genesis, Queen, Supertramp, bem como, Marillion, Iron Maiden e Whitesnake (que continuam), por exemplo, e também compartilharam uma saudável concorrência com superstars como Elton John, Kate Bush, Phil Collins, George Michael, Rick Astley, etc...

Todo esse caldo inglês ganhou os EUA e o mundo, nos presenteando com álbuns magníficos e músicas elegantes. A produção de hits foi absurda! Tanto que, dada a vasta oferta de excelentes sons, nós na ocasião achávamos normal um sucesso após o outro emplacar e podíamos nos dar ao luxo de usar critérios na preferência por essa ou aquela música, uma vez que havia uma imensa variedade de bandas com apurada qualidade. Por favor, particularmente, (permitam-me salientar), tenho uma profunda admiração pelo Tears for Fears, considero os caras talentosíssimos e impecáveis no que produzem, possuem um respeito pleno ao público, pois no show as músicas parecem serem reproduzidas tal qual no estúdio, por sinal são canções dotadas de arranjos muito bem elaborados, vide “Songs from the Big Chair”, segundo disco deles e presença obrigatória em qualquer discoteca. Também ressalto aqui Style Council (ex The Jam), Lloyd Cole, Smiths e Cure como grupos de destaque, audições imperiosas. A década de 80 está na minha pauta e na pauta de qualquer pessoa que vivenciou o período, porém, mesmo quem não teve tal experiência, certamente conhece diversos grupos e artistas de então, verdadeiros ícones, uma vez que as canções são reproduzidas hoje normalmente pelas rádios e se tornaram eternizadas em nossas mentes.

terça-feira, 12 de setembro de 2023

A PRIMEIRA "INVASÃO BRITÂNICA"


 

Nos EUA, os Beatles (que será abordado em post próprio, logicamente) emplacaram o single "I Want To Hold Your Hand" no topo da Billboard em fevereiro de 64 e no mesmo mês houve a histórica aparição no The Ed Sullivan Show, numa audiência (é o que foi divulgado), próxima da metade da população americana na época. Há um consenso que esse é o marco para a rotulada “invasão Britânica”, e coloquemos aqui como a primeira invasão, pois a segunda, nos 80, será tratada posteriormente.

Shows e um sucesso após o outro empoderaram o quarteto de Liverpool na terra de tio Sam e pavimentou a estrada para a chegada de, entre outros, Rolling Stones, Cream, The Who, The Animals, The Kinks, Herman's Hermits, Procol Harum, Status Quo, The Zombies... imediatamente depois: Led Zeppelin, Black Sabbath, Deep Purple, Uriah Heep, UFO, Slade, Wishbone Ash, Judas Priest, Renaissance, Pink Floyd, Emerson, Lake & Palmer, King Crimson, Queen, Yes, Jethro Tull, Ten Years After, Bad Company, Motörhead, Gentle Giant, Genesis, Supertramp, Def Leppard, Iron Maiden... (numa avalanche inglesa do heavy metal/hard rock e rock progressivo), Rod Stewart, o glam rock de David Bowie e do Roxy Music, ou mesmo Elton John, bem como onda punk (também pós punk), com a variação do new wave, de nomes como Sex Pistols, The Jam, The Clash, Joy Division, Elvis Costello, Siouxsie and the Banshees, The Police... a lista é enorme, e isso se colocarmos em termos de Inglaterra, pois se ampliarmos para Reino Unido, cabe mais.

The Kinks, liderados pelos irmãos Davies (Ray Davies e Dave Davies), alcançou fama em 1964 com, "You Really Got Me" (terceiro single), um enorme sucesso que impulsionou o grupo numa turnê nos EUA em 65, com direito a um fato misterioso, que foi a proibição da banda em solo americano até o final dos anos 60. Há quem defenda aí o embrião do hard e do metal.

 Não há literatura definitiva sobre a origem precisa desse ou daquele gênero (e mesmo subgênero), se é Americano ou Britânico, porém, é inegável o volume de bandas e artistas, por exemplo, do metal e do progressivo cujo berço é a Inglaterra, bem como, é incontestável a coleção de hits e canções icônicas do riquíssimo rock Inglês, onde sua influência e estilo impactante, traduzido no amplo espectro de variações melódicas, foram se impondo mundo afora e ditando o ritmo das “ondas” do rock. De fato, conquistar o público e o cenário fonográfico dos EUA, o maior, sempre foi o sonho de consumo inglês e isso foi escalado potencialmente com estratégias de lançamento de um determinado álbum ou single com capa/título diferenciado ou mesmo com divulgação mais ampla do que na Inglaterra, tendo o propósito de ser mais atrativo ao mercado norte-americano. O mesmo vale para as apresentações, cuja pauta em vários momentos direcionava os shows e eventos para os EUA, no que contribuiu em muito para alavancar e consolidar a propagação Britânica do Rock’n roll, de onde, para mim (já sem novidades isso), vem a melhor representação. 

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quarta-feira, 6 de setembro de 2023

PINK FLOYD


 

“Ticking away the moments that make up a dull Day...” é assim que começa uma das canções mais executadas e cantadas da história do rock e da música em geral, a icônica, laureada, indispensável e atemporal (sem trocadilho), “time”.

De fato, “The dark side of the moon”, lançado em 73, é referência e uma obrigatoriedade, e nem é necessário tecer maiores comentários a essa unanimidade de álbum, com mais de 50 milhões de cópias vendidas e presença garantida em qualquer eleição dos maiores discos de todos os tempos. A obra prima, com o famoso prisma na capa, teve em sua produção impecável, Alan Parsons como engenheiro de som.

Antes do “Dark side”, o Floyd já vinha merecendo o reconhecimento da crítica e colecionando fãs. “The Piper at the Gates of Dawn”, de 67 e “A Saucerful of Secrets”, de 68, disco que marca a entrada de David Gilmour e o último com Syd Barrett (que enfrentava problemas mentais), foram os dois primeiros álbuns. Na sequência, 2 trilhas sonoras (“More” e “Obscured by Clouds”) e 3 LP de estúdio (“Ummagumma” álbum duplo com um lado ao vivo, “Atom Heart Mother” trazendo "Summer '68" que foi tema de propaganda do antigo Banco Nacional e “Meddle”).

Mas foi a fase seguinte que fez de Nick Mason (bateria), Roger Waters (vocal e baixo), Richard Wright (teclado) e David Gilmour (guitarra e vocal) expoentes do rock progressivo. “Wish You Were Here” lançado em 75, um primor, com a mágica "Shine On You Crazy Diamond” e a música título, o hino "Wish You Were Here" mantiveram o grupo no topo. Naquela altura Waters já era o principal compositor e o responsável pelos conceitos traduzidos no apurado som do Floyd.  “Animals”, “The Wall” e “The Final Cut” (este sem a participação de Wright e o último com Waters) foram discos que retrataram muito bem a influência do baixista/vocalista, tendo inclusive uma adaptação para o cinema, no caso de “The Wall”, álbum que imortalizou outro hino, "Another Brick in the Wall” bem como trouxe a excelente "Comfortably Numb".

Liderado por Gilmour, o Floyd continuou em frente com 3 trabalhos de estúdio, onde, na minha opinião, ”A Momentary Lapse of Reason” é o de maior destaque. Richard Wright faleceu em Setembro de 2008.

            O virtuosismo de cada um dos integrantes, o rigor na elaboração esmerada das canções, ricas conceitualmente e de uma sonoridade magistral, como também o capricho nas letras, fizeram do Pink Floyd “monstros” sagrados da música e a estadia na prateleira mais alta do rock, onde seus shows eram de uma magnitude ímpar, mega espetáculo com palco temático e arena lotada, pois, sejamos justos, escutá-los era e é, uma experiência sensorialmente singular.

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

THE WHO


 


De fato, no panteão dos bateristas, lá está Keith Moon. Espetacular. Para mim, há um quarteto de mestres da bateria formado por Carl Palmer, John Bonham, Neil Peart e Keith Moon, os 3 últimos infelizmente falecidos. Moon teve o privilégio de fazer parte junto com Pete Townshend (guitarra e vocais), Roger Daltrey (vocais), John Entwistle (baixo) do The Who, banda que está ali, na galeria das gigantes, ícone na história do Rock e próxima ao Led.

A sonoridade do Who, pela potência e diversidade melódica é chancela de extrema competência, de apuro em cada acorde. Não se contentavam em produzir um rock escoimado e cuidadoso na orquestração, tinha que ser também performático, um show.

Nas não tão lendas e mitos assim, é verdade que a quebra de instrumentos, especialmente quando Townshend despedaçava sua guitarra, se tornou um marca nas exibições do grupo e tornou as exibições do Who como algo visceral, mesmo porque o virtuosismo dos 4 propiciava uma notória capacidade de impactar o público, qualidade explícita de um rock na aveia.

O primeiro disco, “My Generation”  em 65, já disse a que veio e colocou “The Kids Are Alright" e a faixa título como hinos da banda. O som que se desenhava no peso dos arranjos ditava o modo Who de ser, porém algo mais ousado motivava especialmente Townshend, na direção de trabalhos conceituais, grandiloquentes. A ópera rock.

E a primeira foi Tommy, em 1969, a história do garoto surdo, cego e mudo e exímio jogador de pinball, sendo que o álbum emplaca mais um hino, a música "Pinball Wizard".  No ano seguinte é lançado o excelente ao vivo Live at Leeds, um discaço! Só que em 71 chega o fantástico Who's Next, divisor de águas do grupo e aclamado por crítica e público, merecidamente. Canções como "Baba O'Riley" e "Behind Blue Eyes" se tornaram imortais, consolidando a trajetória dos 4. Particularmente, considero "The Song Is Over" magistral, música na medida certa, rock elegante e uma audição essencial.

Mais uma ópera rock é elaborada: “Quadrophenia”, de 73, uma história que fala sobre um transtorno de personalidade múltipla, na verdade quádrupla, referenciando cada um dos membros do grupo. E em 75, outro disco na galeria dos melhores, “The Who by Numbers”, a famosa capa de “unir os pontinhos”, trazendo toda maestria de Moon como, por exemplo, em "However Much I Booze" ou a genealidade inventiva de Pete Townshend em "Squeeze Box" tocando banjo. Outro discaço!

Naquela altura o The Who “brincava” de fazer música, tinha o nome no Olimpo do rock e em 78 é produzido “Who are you” o disco nº 8 de estúdio, só que, no inínio da divulgação do LP, uma enorme perda acontece, falece Keith Moon por overdose de medicamento usado na luta contra o alcoolismo. Tentando seguir em frente, houve 2 álbuns no início dos 80, "Face Dances" e "It's Hard" (que possui o somzaço "Eminence Front"). Com uma sonoridade bem diferente da pegada original (no que suscitou opiniões distintas entre nós fãs do Who), a banda continuou honrando o rock'n roll, todavia, veio a declaração de Pete Townshend afirmando ser alcoólatra, no que culminou com sua saída da banda em 1983, bem como o fim da mesma.

Pete Townshend, Roger Daltrey e John Entwistle ainda se reuniram para vários shows, e próximo de uma das turnês, nos EUA, em 2002, outra tristeza, Entwistle morre vítima de um ataque cardíaco que teve como laudo cocaína. Restando Townshend e Daltrey, os dois fizeram 2 álbuns, “Endless Wire” (2006) e recentemente, “Who”, além de manterem apresentações como The Who.

         Quase que em paralelo ao grupo, vale salientar uma bem sucedida carreira solo de Pete Townshend, com ótimos álbuns (tenho todos) e uma musicalidade de altíssima qualidade.

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

LED É LED (Parte II, final)


 


Lançado em Novembro de 71, Led IV tornou-se um dos álbuns mais vendidos da história e tem simplesmente “Stairway to Heaven”, gravação esmerada, de uma elaboração ímpar e que se consolidou como uma das canções mais executadas do rock. Ainda sem um título, o disco trás a peculiaridade dos símbolos escolhidos para representar cada um dos membros do grupo.

Perdoem-me a pretensão, mas, Led IV é perfeito! Sucesso absoluto, promoveu o Led Zeppelin a uma condição de quintessência do Rock”n roll. Além de “Stairway to Heaven” (referência e inspiração para diversos artistas), ouvir obras primas como “Rock and Roll”, Going to California”, “Black Dog”, “ The battle of evermore” é experimentar a excelência.

Em Março de 73 chega o quinto disco e o primeiro com um título, “Houses of the Holy” trazendo mudanças na musicalidade do grupo, com novas influências como a do reggae, por exemplo, em D’yer Mak’er, bem como novas técnicas de guitarra ou mesmo o maior uso do sintetizador por Jones, utilizado na canção “No Quarter”. 

“Houses of the Holy” marca o fim da relação com a gravadora Atlantic Records (de 1974 em diante eles tiveram o seu próprio selo, a Swan Song Records). Para quem se lembra do vinil, era o álbum que apresentou todas as letras no encarte. Discão? Sim, discão. Mais um ícone do rock. "The Song Remains the Same" é uma música visceral, som no mais alto estilo.

"Physical Graffiti" é o álbum de número 6 do Led, em fevereiro de 1975, um álbum duplo. O primeiro produzido pela Swan Song Records, a gravadora própria. Critica e público colocaram o disco no alto da lista da Billboard.

Tenho uma estima enorme pelo Physical Graffiti, pois foi notadamente uma produção com uma acuidade musical requintada, minuciosamente preparado, percebe-se a elegância nos arranjos em cada canção, até mesmo a sutileza (do que nos anos 80 viria a ser rotulado como soft rock), em "Down by the Seaside", música que amo. Discaço!

Em Março de 76, o Led apresenta o 7º disco, “Presence”. Um álbum que até hoje é um tanto subestimado, em relação aos estrondosos sucessos anteriores, porém, possui uma potência sonora admirável.

             Em setembro de 76, é lançada a trilha sonora ao vivo e original do filme de mesmo nome, “The song remains the same”, álbum duplo, com um encarte rico em fotos. Vi no cinema a impactante performance da banda.

          “In through the out door”, de agosto de 1979, é o oitavo disco. O álbum, trouxe 6 capas diferentes de uma cena no bar fotografada em diferentes ângulos. Destaque para John Paul Jones nos teclados e sintetizadores. "In the evening", "All my love" (a composição de Plant foi atribuída como uma homenagem ao seu filho recém falecido) e a espetacular "Fool in the rain", na qual sou apaixonado. Disco fantástico.

         Em setembro de 1980, para tristeza de todos nós, John Bonham faleceu. Conta-se que teria ingerido cerca de quarenta doses de vodca. Depois de um ensaio, já na casa de Jimmy Page, onde os membros seguiram, Bonham adormeceu e foi levado para a cama. Pela manhã foi encontrado morto com o diagnóstico que teria se asfixiado no próprio vômito. Num comunicado, em dezembro 1980, Plant, Page e Jones declararam que pela harmonia indivisível sentida pelo grupo não havia mais sentido em prosseguir. Chegava ao fim a maior banda de rock de todos os tempos. Em Novembro de 82, incorporado na discografia oficial do Led, foi lançado o álbum “Coda”, uma coletânea reunindo músicas gravadas até o ano de 78.

        É possível que não haja unanimidade, por princípio, ao gigante e, para mim, impecável Led Zeppelin, embora seja difícil eu aventurar que exista alguma pessoa identificada com o Rock”n roll que não considere incontestável a proficiência da banda. Porém, ainda que essa ou aquela predileção por artistas e grupos do gênero, dimensione o tamanho que esse segmento musical possua, de certo que, só encontro, no mínimo, reconhecimento pela altíssima qualidade do som do grupo, sendo que, em verdade, só coleciono opiniões de que Led é Led, a maior banda de rock de todos os tempos, de um legado irretorquível para todas as gerações e de presença obrigatória em qualquer audição que seja realizada até mesmo para quem não queira escutar necessariamente rock.


LED É LED (Parte I)


    
       

Nos anos sessenta Jimmy Page havia substituído o baixista (Paul Samwell-Smith) no The Yardbirds, passando para a guitarra logo depois em parceria com Jeff Beck. Após a saída de Beck, Page assume o protagonismo do grupo. Com o término se encaminhando dos Yardbirds, mas tendo uma turnê na Escandinávia para ser honrada, foi permitido que Page permanecesse com o nome da banda e a conduzisse para as apresentações, cabendo, portanto, fazer a reformatação com novos músicos. Eis que tudo começa. Terry Reid (the Jaywalkers) é convidado para assumir os vocais, recusa e em seu lugar é convidado Robert Plant (que estava no Band of Joy), e que por sua vez indicou para a bateria, John Bonham. John Paul Jones, que em 1966 participou de uma gravação (a música Beck's Bolero) com Page, entrou em contato se candidatando ao posto em aberto de baixista, no que foi aceito.

 Bingo! Era o começo do Led Zeppelin. Só que, na turnê, o nome escolhido foi “The New Yardbirds”, onde pela primeira vez tocaram juntos em público em setembro de 1968 na Dinamarca. Conta a história... que o nome definitivo veio da expressão “lead balloon” (rótulo que teria sido sugerido por Keth Moon e John Entwistle quando se teve a ideia de se constituir uma super banda com Page e Beck) e que por sugestão do empresário Peter Grant, removeu-se o "a" em lead, bem como a palavra "balloon" foi transformada em  "zeppelin".

Em outubro de 1968 em Londres, já como Led Zeppelin, é gravado o primeiro álbum intitulado... Led Zeppelin, com uma pegada diferenciada para o segmento metal trazendo canções autorais, bem como, roupagens novas para músicas como “Dazed and Confused” e “Babe I'm Gonna Leave You”, ambas no lado A. O disco cujo lançamento nos EUA se deu em janeiro de 1969 e na Inglaterra dois meses depois teve uma boa recepção e iniciou a parceria com a Atlantic Records.

Estava pavimentada a estrada onde Page, Plant, Jones e Bonham brilhariam infinitamente!

Led II, o segundo disco, lançado em Outubro de 69 e inteiramente produzido por Jimmy Page, alcançou o topo dos discos mais tocados na Inglaterra e nos EUA e transformou em ícones músicas como “Whole Lotta Love” e “Moby Dick”, esta com uma verdadeira maestria instrumental no solo de bateria de um dos maiores especialistas no ramo de todos os tempos, John Bonham. Estava justificada a razão de ser cunhada a expressão “a medida certa entre o leve e o pesado”.

Já aclamado, a mega (ou o maior adjetivo que se encontrar para caracteriza-los) banda, lança o terceiro disco, Led III, com “Immigrant Song”, “Celebration Day”, “Tangerine”, “That's the way” o bluesaço “Since I’ve been loving you”... enfim... o disco todo de altíssimo nível! Vale destacar que esse álbum marca a utilização de vários instrumentos e consolida Jones como multi-instrumentista com a inclusão do teclado e sintetizadores.

Continua...

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  Praça da Apoteose RJ, Janeiro de 1988, lá estavam Pretenders, UB40, Simple Minds, Simply Red, Duran Duran e Supertramp, com direito a part...