segunda-feira, 4 de setembro de 2023

THE WHO


 


De fato, no panteão dos bateristas, lá está Keith Moon. Espetacular. Para mim, há um quarteto de mestres da bateria formado por Carl Palmer, John Bonham, Neil Peart e Keith Moon, os 3 últimos infelizmente falecidos. Moon teve o privilégio de fazer parte junto com Pete Townshend (guitarra e vocais), Roger Daltrey (vocais), John Entwistle (baixo) do The Who, banda que está ali, na galeria das gigantes, ícone na história do Rock e próxima ao Led.

A sonoridade do Who, pela potência e diversidade melódica é chancela de extrema competência, de apuro em cada acorde. Não se contentavam em produzir um rock escoimado e cuidadoso na orquestração, tinha que ser também performático, um show.

Nas não tão lendas e mitos assim, é verdade que a quebra de instrumentos, especialmente quando Townshend despedaçava sua guitarra, se tornou um marca nas exibições do grupo e tornou as exibições do Who como algo visceral, mesmo porque o virtuosismo dos 4 propiciava uma notória capacidade de impactar o público, qualidade explícita de um rock na aveia.

O primeiro disco, “My Generation”  em 65, já disse a que veio e colocou “The Kids Are Alright" e a faixa título como hinos da banda. O som que se desenhava no peso dos arranjos ditava o modo Who de ser, porém algo mais ousado motivava especialmente Townshend, na direção de trabalhos conceituais, grandiloquentes. A ópera rock.

E a primeira foi Tommy, em 1969, a história do garoto surdo, cego e mudo e exímio jogador de pinball, sendo que o álbum emplaca mais um hino, a música "Pinball Wizard".  No ano seguinte é lançado o excelente ao vivo Live at Leeds, um discaço! Só que em 71 chega o fantástico Who's Next, divisor de águas do grupo e aclamado por crítica e público, merecidamente. Canções como "Baba O'Riley" e "Behind Blue Eyes" se tornaram imortais, consolidando a trajetória dos 4. Particularmente, considero "The Song Is Over" magistral, música na medida certa, rock elegante e uma audição essencial.

Mais uma ópera rock é elaborada: “Quadrophenia”, de 73, uma história que fala sobre um transtorno de personalidade múltipla, na verdade quádrupla, referenciando cada um dos membros do grupo. E em 75, outro disco na galeria dos melhores, “The Who by Numbers”, a famosa capa de “unir os pontinhos”, trazendo toda maestria de Moon como, por exemplo, em "However Much I Booze" ou a genealidade inventiva de Pete Townshend em "Squeeze Box" tocando banjo. Outro discaço!

Naquela altura o The Who “brincava” de fazer música, tinha o nome no Olimpo do rock e em 78 é produzido “Who are you” o disco nº 8 de estúdio, só que, no inínio da divulgação do LP, uma enorme perda acontece, falece Keith Moon por overdose de medicamento usado na luta contra o alcoolismo. Tentando seguir em frente, houve 2 álbuns no início dos 80, "Face Dances" e "It's Hard" (que possui o somzaço "Eminence Front"). Com uma sonoridade bem diferente da pegada original (no que suscitou opiniões distintas entre nós fãs do Who), a banda continuou honrando o rock'n roll, todavia, veio a declaração de Pete Townshend afirmando ser alcoólatra, no que culminou com sua saída da banda em 1983, bem como o fim da mesma.

Pete Townshend, Roger Daltrey e John Entwistle ainda se reuniram para vários shows, e próximo de uma das turnês, nos EUA, em 2002, outra tristeza, Entwistle morre vítima de um ataque cardíaco que teve como laudo cocaína. Restando Townshend e Daltrey, os dois fizeram 2 álbuns, “Endless Wire” (2006) e recentemente, “Who”, além de manterem apresentações como The Who.

         Quase que em paralelo ao grupo, vale salientar uma bem sucedida carreira solo de Pete Townshend, com ótimos álbuns (tenho todos) e uma musicalidade de altíssima qualidade.

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