De
fato, no panteão dos bateristas, lá está Keith Moon. Espetacular. Para mim, há
um quarteto de mestres da bateria formado por Carl Palmer, John Bonham, Neil
Peart e Keith Moon, os 3 últimos infelizmente falecidos. Moon teve o privilégio
de fazer parte junto com Pete Townshend (guitarra e vocais), Roger Daltrey
(vocais), John Entwistle (baixo) do The Who, banda que está ali, na galeria das
gigantes, ícone na história do Rock e próxima ao Led.
A
sonoridade do Who, pela potência e diversidade melódica é chancela de extrema
competência, de apuro em cada acorde. Não se contentavam em produzir um rock escoimado
e cuidadoso na orquestração, tinha que ser também performático, um show.
Nas não
tão lendas e mitos assim, é verdade que a quebra de instrumentos, especialmente
quando Townshend despedaçava sua guitarra, se tornou um marca nas exibições do
grupo e tornou as exibições do Who como algo visceral, mesmo porque o virtuosismo
dos 4 propiciava uma notória capacidade de impactar o público, qualidade
explícita de um rock na aveia.
O
primeiro disco, “My Generation” em 65,
já disse a que veio e colocou “The Kids Are Alright" e a faixa título como
hinos da banda. O som que se desenhava no peso dos arranjos ditava o modo Who
de ser, porém algo mais ousado motivava especialmente Townshend, na direção de
trabalhos conceituais, grandiloquentes. A ópera rock.
E a
primeira foi Tommy, em 1969, a história do garoto surdo, cego e mudo e exímio jogador
de pinball, sendo que o álbum emplaca mais um hino, a música "Pinball
Wizard". No ano seguinte é lançado
o excelente ao vivo Live at Leeds, um discaço! Só que em 71 chega o fantástico Who's
Next, divisor de águas do grupo e aclamado por crítica e público,
merecidamente. Canções como "Baba O'Riley" e "Behind Blue
Eyes" se tornaram imortais, consolidando a trajetória dos 4.
Particularmente, considero "The Song Is Over" magistral, música na
medida certa, rock elegante e uma audição essencial.
Mais
uma ópera rock é elaborada: “Quadrophenia”, de 73, uma história que fala sobre
um transtorno de personalidade múltipla, na verdade quádrupla, referenciando cada
um dos membros do grupo. E em 75, outro disco na galeria dos melhores, “The Who
by Numbers”, a famosa capa de “unir os pontinhos”, trazendo toda maestria de
Moon como, por exemplo, em "However Much I Booze" ou a genealidade
inventiva de Pete Townshend em "Squeeze Box" tocando banjo. Outro
discaço!
Naquela altura o The Who “brincava” de fazer música, tinha o nome no Olimpo do rock e em 78 é produzido “Who are you” o disco nº 8 de estúdio, só que, no inínio da divulgação do LP, uma enorme perda acontece, falece Keith Moon por overdose de medicamento usado na luta contra o alcoolismo. Tentando seguir em frente, houve 2 álbuns no início dos 80, "Face Dances" e "It's Hard" (que possui o somzaço "Eminence Front"). Com uma sonoridade bem diferente da pegada original (no que suscitou opiniões distintas entre nós fãs do Who), a banda continuou honrando o rock'n roll, todavia, veio a declaração de Pete Townshend afirmando ser alcoólatra, no que culminou com sua saída da banda em 1983, bem como o fim da mesma.
Pete
Townshend, Roger Daltrey e John Entwistle ainda se reuniram para vários shows,
e próximo de uma das turnês, nos EUA, em 2002, outra tristeza, Entwistle morre vítima de um
ataque cardíaco que teve como laudo cocaína. Restando Townshend e Daltrey, os dois fizeram 2
álbuns, “Endless Wire” (2006) e recentemente, “Who”, além de manterem apresentações como The Who.
Quase que em paralelo ao grupo, vale salientar uma bem sucedida carreira solo de Pete Townshend, com ótimos álbuns (tenho todos) e uma musicalidade de altíssima qualidade.

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