Praça
da Apoteose RJ, Janeiro de 1988, lá estavam Pretenders, UB40, Simple Minds,
Simply Red, Duran Duran e Supertramp, com direito a participação de Chrissie
Hynde (líder dos Pretenders) em dueto com o vocal do UB40 em “I Got You Babe”.
Era o Hollywood Rock, festival que também aconteceu em Sampa no estádio do
Morumbi, e que reuniu representantes daqui, como os Paralamas do Sucesso, Ira!,
Titãs, Lulu Santos, Marina e Ultraje a Rigor. Shows maneiríssimos!
O
festival teve seu início em 75 no estádio de General Severiano, com
apresentações de: o Peso, Vímana, Rita Lee & Tutti-Frutti, os Mutantes,
Raul Seixas, entre outros. Porém, o marco mesmo, se deu a partir de 88 com as atrações
internacionais. O Hollywood Rock prosseguiu pelos anos de 1990, 1992, 1993,
1994, 1995 e 1996, desfilando nomes como Bob Dylan, Marillion, Eurythmics, Tears
For Fears, Robert Plant, Jimy Page (numa edição com Page e Plant juntos), The
Cure, Seal, Aswad, Living Colour, Aerosmith, Red Hot Chili Peppers, Nirvana, Rolling
Stones (no ano de 95, realizado no Maracanã)... e demais artistas e bandas, agregando
sempre a galera do cenário nacional. Eu estive em todos esses anos. Um privilégio ter assistido a tudo isso.
Sentimento idêntico, grande honra, eu possuo por ter ido ao primeiro Rock in Rio em 1985, no dia 19 de Janeiro, Sábado, em meio a uma lama que ia até a canela, e ter presenciado Whitesnake (que substituiu o Def Leppard), Ozzy Osbourne, Scorpions e um AC/DC alucinante e no auge, num espaço enorme cercado de centenas de milhares de extasiados como eu, bem como meus amigos/irmãos CED (Ricardo) e Fernando, que juntos participamos daquela maratona desde as 15h, quando chegamos na “cidade do Rock”, até as quase 8h da manhã no retorno para casa. Conjuntamente nesse evento antológico se apresentaram: Iron Maiden, Rod Stewart, Al Jarreau, George Benson, The B-52s, James Taylor, Yes, Queen (num momento ímpar e icônico de Freddie Mercury regendo a multidão em “Love of my life”), Rita Lee, Barão Vermelho, Lulu Santos, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha e etc... Ter estado lá é sem dúvida inesquecível, histórico. O Rock in Rio voltou em 91, 2001 e a partir de 2011 se consolidou como um marca, passando a fazer parte do calendário a cada dois anos, infelizmente não diretamente relacionado com o termo que está no título do evento, quer seja, Rock, mas... Tá... Vai lá... Não deixa de ter em cada edição esse ou aquele nome do gênero.
Na disponibilidade de espaços referenciados à música, no Rio, para que seja feita justiça a um em especial, cujo foco era o rock, precisamos regatar a memória do saudoso Circo Voador na Lapa, onde as portas estavam abertas para as bandas alternativas que buscavam um lugar ao sol. Com shows aos Sábados (e às vezes as Quintas), o local abrigou diversos grupos com a pegada sonora da época. Grandes momentos!
Contextualizando, o aspecto cultural da ocasião propiciava esses movimentos. A publicidade era forte, presente, e, polêmicas a parte, a indústria do cigarro, desde as propagandas com trilhas sonoras e imagens impactantes até o patrocínio em si, investia em eventos grandiosos como Hollywood Rock, bem como, em paralelo, o Free Jazz Festival. O Free Jazz, nas suas 16 edições, de 1985 a 2001, se tornou um espetáculo do mais alto nível em termos de instrumental e jazz, verdadeiras efemérides, cujo palco no Rio foi o Hotel Nacional. O festival reuniu a nata, os maiores artistas e grupos nacionais bem como internacionais desse estilo musical refinado. Estive em 10 ocasiões e posso afirmar o quanto me sinto gratificado de poder ter vivenciado shows de qualidade incontestável.
Ademais, vale mais uma vez destacar (há um post dedicado a ela) o papel fundamental que a Fluminense FM a “Maldita” desempenhou no rock para que o pessoal daqui junto ao amplo espectro internacional, na esteira de uma “tempestade perfeita” e no holofote desses festivais, experimentasse um ambiente onde se respirasse tal musicalidade. Em tempo, a Globo FM de então cumpriu o mesmo papel no segmento em tom mais “light” incluindo aí o instrumental.

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